Tupi-Guarani PDF Imprimir E-mail
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Nhandeva é a denominação de um dos dialetos da língua guarani. No Mato Grosso do Sul, os nhandevas são designados como guaranis.

A língua guarani é falada por diferentes povos e de variados modos. Os nhandevas, os caiouás e os embiás falam dialetos do idioma guarani, incluídos na família lingüística tupi-guarani, do tronco lingüístico tupi. Nesse rol, se incluem também habitantes da Bolívia e Paraguai. Uma variante do guarani é falada pela população (90%) não-indígena do Paraguai.

Há muitas comunidades nhandevas no Paraguai e no Brasil, principalmente no Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, além de algumas aldeias em São Paulo.

A cultura guarani tem origem nas florestas tropicais das bacias do Alto Paraná, do Alto Uruguai e extremidades do planalto meridional brasileiro. Quando os europeus aqui chegaram, as populações guaranis ocupavam uma região que ia de Cananéia (SP) até o Rio Grande do Sul, entrando pelo interior; tendo como limite ocidental o rio Paraguai e como limite setentrional o rio Tietê.

No século XVI, as missões jesuíticas portuguesas iniciam a catequização dos guaranis. Aproveitando a concentração de índios devido às reduções jesuítas, diversos “encomenderos” foram ajudados, involuntariamente, pelos jesuítas, a escravizar guaranis. Estima-se que entre 100 mil e 300 mil índios foram escravizados pelos portugueses, nessa época.

O território nhandeva atual ocupa parte dos Estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná, estendendo-se também ao Paraguai oriental. Há assentamentos no Estado de São Paulo, interior e litoral; em Santa Catarina; no interior do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Apesar disso, desde meados da década de 1920, processa-se uma contínua desapropriação de terras guaranis. Nas décadas seguintes, e até poucos anos atrás, a existência dos guaranis tem sido detectada com a derrubada de matas para implantação de empresas agropecuárias.

No Mato Grosso do Sul, não bastando a prática de constrição em espaços estabelecidos pelo Estado, inúmeros grupos se esforçaram para permanecer nas áreas de florestas – não raro nos fundos de fazendas. O desmatamento dos anos 1970 expulsou os índios da reserva, obrigando-os a se deslocarem continuamente, fugindo de áreas inadequadas e da hostilidade do branco. Em fins dessa década, já com poucas matas onde pudessem manter-se isolados, não foi mais possível evitar conflitos frontais com os brancos, que os queriam expulsar para as áreas de Postos Indígenas. O fato levou os nhandevas e os caiouás a se organizarem e reivindicarem os espaços territoriais perdidos.

Daí decorrem as reivindicações fundiárias que os guaranis do Mato Grosso do Sul, com grande ênfase, vêm manifestando nestas últimas décadas.

Fonte: www.socioambiental.org

 
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