Pankararu PDF Imprimir E-mail
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Parecida com a de quase todos os grupos indígenas do Nordeste do Brasil, a história dos pancararus (pankararú) remete a políticas públicas e ações missionárias ocorridas desde o início da colonização portuguesa, incluindo deslocamentos e aldeamento forçados, gerando uma indiferenciação de etnias variadas na região, devida a uma convivência imposta entre elas.

Os direitos fundiários dos pancararus não foram respeitados no reconhecimento oficial da Terra Indígena Pancararus. Inicialmente, as terras reivindicadas correspondiam a 14.290 ha, mas a Terra Indígena Pancararu foi homologada, em 1987, com apenas 8.100 ha (localizados entre Petrolândia, Itaparica e Tacaratu, no sertão pernambucano). Apenas em 1999, depois de anos de reivindicação, o processo de ampliação dessa terra, até os cerca de 14.000 ha originais, foi iniciado e depende da homologação do presidente da República para ser finalizada.

No Estado de São Paulo, os pancararus vivem principalmente no Real Parque, na zona sul da cidade de São Paulo. O grupo está estimado em 1.500 pessoas, ocupa parte da favela de mesmo nome, no bairro do Morumbi e surgiu a partir do aumento do fluxo de deslocamento de trabalhadores do Nordeste para as grandes cidades do Sudeste, a partir da década de 1940. Os pancararus eram agenciados para trabalhar nas obras de desmatamento da Cia. de Luz por “gatos” que iam buscá-los na própria aldeia, para entregá-los aos empreiteiros das obras. Com a elevação dos trabalhadores pancararus, surgiu um fluxo direto e constante entre a terra dos pancararus e São Paulo, nas décadas de 1950 e 1960 e, em pouco tempo, a cidade tornou-se uma referência para todo o grupo.

Fonte: www.socioambiental.org

 
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